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sábado, 16 de junho de 2012

O partido dos militares

Claudio Dantas Sequeira

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Oficiais, soldados e mulheres de integrantes das Forças Armadas e das polícias militares criam uma nova legenda para tentar voltar ao poder agora pelo voto.

A presidente Dilma Rousseff foi homenageada com a maior das condecorações militares, a Grã Cruz. Diante dos comandantes das Forças Armadas, ela fez uma referência aos anos de chumbo da ditadura, ao ressaltar que o Brasil soube corrigir seus caminhos e alcançou a maturidade institucional. O País vive dias de democracia plena e houve, sem dúvida, importantes mudanças nas casernas. Tanto assim que militares planejam agora voltar à política, mas sem truculência. Até o fim do mês será criado o Partido Militar Brasileiro, legenda que antes mesmo do registro oficial já conta com 17 mil pré-filiados, entre oficiais da reserva do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e integrantes da Polícia Militar e dos Bombeiros.
Há diretórios sendo criados em 27 Estados, site na internet e até hino, gravado no YouTube, em que um coro entoa palavras de ordem como soberania, democracia, igualdade e segurança pública. O novo partido terá como bandeira o combate à violência e à corrupção. Não aceitará filiação de fichas-sujas e nem fará coligações majoritárias se não for cabeça de chapa. “Os políticos não têm coragem para combater o crime organizado e estão mais interessados em se servir do poder”, diz o presidente do PMB, Augusto Rosa, que é capitão da PM em Ourinhos (SP). Ele afirma que o partido é de centro-direita, apesar de defender a política econômica e os programas sociais do governo.
Rosa faz um mea-culpa: “O golpe de 1964 foi um erro”. Mas sua posição não é majoritária. Também devem aderir à legenda vários generais da reserva, inclusive dirigentes dos clubes militares, tradicionais redutos do conservadorismo. Além disto, o PMB pretende lançar co­mo candidato a presidente da República em 2014 o general Augusto Heleno, que na semana passada foi proibido pelo comando do Exército de fazer uma palestra intitulada “A contrarrevolução que salvou o Brasil”. Rosa e seus companheiros de farda defendem posições tão polêmicas como as do deputado federal Jair Bolsonaro (DEM-RJ). “Somos contra o casamento gay, a legalização do aborto e da maconha, e a favor da redução da maioridade penal”, afirma.
Apesar das restrições legais à atuação política de militares, Rosa, graças a providenciais licenças, concorreu a deputado federal nas eleições de 2002 pelo PDT, nas de 2006 pelo PV e, finalmente, em 2010 pelo PSB. A presidente do diretório do PMB no Distrito Federal, Ivone Luzardo, mulher de militar, também foi candidata a deputada distrital no ano passado pelo DEM. Apesar da frustração nas urnas, tanto Rosa como Ivone acham que o PMB não terá dificuldade em reunir as 500 mil assinaturas para o registro oficial.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nobre, apior DEMOCRACIA é melhor que a melhor DITADURA!